Patu: SOS. Segurança pública
Há muito se tem procurado verdadeiros responsáveis para a falta de segurança na nossa acolhedora cidade de Patu. Todos têm testemunhado a insegurança, principalmente nas casas residenciais. Ao romper de um novo dia, as pessoas já se perguntam entre si de quem foi a casa ou estabelecimento comercial que arrombaram? Já virou rotina; seja qual for o horário, o bairro, a rua; seja quem for o seu proprietário, se Godeiro, Maia, Suassuna ou Oliveira, ninguém respeita.
Objeto extorquido também vale tudo, desde cuscuz de milho as relíquias de ouro dezoito quilates. Neste frenesi alucinante a imprensa deita e rola. Tem matérias para todo gosto, que de certa forma, estes delinqüentes sazonais acabam sendo promovidos. E quem são estes? De onde vêm tantas habilidades que driblam famílias, segurança privada, policiais e às vezes até tocam o coração de alguns membros do ministério público!
Em conversa particular com alguns membros de corporação, chegam até a desabafar com sintomas de angústia e impotência, como se tentassem resolver, mas se tornam impotentes. Por outro lado, cogita-se que algum destes molévoles tem o apoio de massa grossa. Estes acusam aqueles e não se chegam a um denominador comum.
Na realidade, o que acontece é que ninguém cutuca o cerne da questão que tem crescido recrescido e recrudescendo no meio social. O problema é que estamos tentando decifrar pelos efeitos e não pelas causas. Responsabilizar a polícia de Patu seja civil ou militar por não resolver o problema é o mesmo que tentar vender ar condicionado no pólo norte, não é por ai.
Enquanto não começarmos pela base e pelos segmentos responsáveis, nunca encontraremos uma solução definitiva. Sempre defendi quatro pilares por que passam a formação do caráter do individuo: A família, a escola, a igreja e a própria sociedade.
A família há muito tem esquecido o seu papel enquanto instituição humana: disciplinas, regras, respeito ao próximo, valores e muitos outros atributos; As nossas escolas devem oferecer condições para reparar o déficit deixado pela família, levando a uma reflexão permanente, na busca de um crescimento social. O mestre Paulo Freire foi feliz quando disse que a educação sozinha não fazia muitas mudanças, mas sem ela tampouco se mudaria.
Houve um tempo em que a igreja era um lugar ideal para se buscar Deus e a sua soberania. Um lugar para se ter um encontro pessoal com Deus através da nossa fé, que se deve ainda hoje por meio de um evangelismo puro e simples a condição de ter pelo menos uma razão pra viver.
Assim, entendo que todos têm a sua parte. A educação através de trabalho dinâmico e inclusivo com perspectivas voltadas para um futuro promissor e que não se pode mais adiar. Se em parte sabe-se que a maioria destes infratores, são crianças e adolescentes, onde fica o conselho tutelar a as suas atribuições? Quantos freqüentaram os programas federais, como o Peti, Bolsa família, Pró-jovem, dentre outros?
Se o problema é coletivo cadê a nossa câmara municipal de vereadores? O que se está esperando para realizar-se uma audiência pública? E que não seja abortada como outrora?
O que não podemos é ficarmos assistindo a esse filme cujo tema é “arrombamento das casas residenciais” e não provocarmos uma alternativa viável.
Vamos à luta, ainda a tempo de recuperar a segurança e a tranqüilidade do nosso povo e da nossa gente.
Aguinaldo Gomes, professor e chefe do departamento da VISA
Fonte: Folha Patuense
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