Presidente da Fundação José Augusto sugere queimar carros da imprensa que noticia o Petrolão
Joaquim Crispiniano Neto, filiado ao Partido dos Trabalhadores, fez comentário depois da condução coercitiva de Lula.
Fundação José Augusto
Joaquim Crispiniano Neto, que é filiado ao PT, sugeriu pelo Twitter "queimar carros da imprensa golpista". Sindjorn repudiou os comentários.
O presidente da Fundação José Augusto (FJA), Joaquim Crispiniano Neto, fez um comentário por meio do seu perfil no Twitter incitando a violência contra veículos de imprensa. A opinião exacerbada do secretário de Cultura, filiado ao Partido dos Trabalhadores, foi publicada no último domingo (6) e diz “para começar a virar e queimar carros da imprensa golpista”.
Na última sexta-feira (4), a Polícia Federal cumpriu mandado de condução coercitiva contra o ex-presidente Lula, fato que obteve ampla cobertura de todos os veículos de imprensa. A reação de Crispiniano Neto gerou repercussão e foi motivo para divulgação de uma nota de repúdio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte (Sindjorn).
No texto, o sindicato exige uma “resposta rápida, enérgica e exemplar” do governador Robinson Faria (PSD) sobre as declarações do auxiliar de governo.
Confira a nota na íntegra:
NOTA DE REPÚDIO
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte vem a público repudiar frontalmente as declarações postadas neste domingo (6), em suas redes sociais, pelo presidente da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto. Senhor secretário, sendo bem eufêmico, o senhor foi profundamente infeliz em suas palavras. Qual cidadão em sã consciência incita a violência? Mas o senhor não se deu por satisfeito e foi além. Conclamou a militância de sua corrente política a se voltar contra a imprensa. Ora senhor secretário, é essa a conduta que deve ter um gestor público e ainda mais da área cultural?
Senhor Crispiniano, não podemos e não vamos aceitar uma tentativa tão venal e absurda de calar profissionais do jornalismo. Muito menos vamos nos calar e deixar de cumprir corretamente nosso dever por conta de uma incitação covarde como a sua.
Senhor governador Robinson Faria, o Sindjorn exige uma resposta rápida quanto às declarações de seu auxiliar de governo. Rápida, enérgica e exemplar.
Ele atingiu toda uma categoria de profissionais e nitidamente pôs em risco as vidas de pais, mães e filhos. Seja coerente para que o peso das palavras de seu secretário não recaia também sobre o senhor.
Vivemos em um momento delicado no nosso país, é verdade, mas isso não pode jamais servir de justificativa para que percamos o senso de coletividade e de respeito às pessoas, às instituições e ao estado livre de direito.
Sindjorn e Fenaj
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