terça-feira, 6 de novembro de 2012

PATU- Seca no RN faz macacos descerem a serra em busca de água e comida


Falta de vegetação está levando macacos prego às casas de Patu. Alimentação dada pela população pode causar desequilíbrio, alerta Ibama.

Macacos prego estão descendo a Serra do Lima. Os animais entram nas casas dos moradores em busca de comida e água (Foto: Bruno Campelo)
Macacos prego estão descendo a Serra do Lima. Os animais entram nas casas dos moradores em busca de comida e água (Foto: Bruno Campelo)

A seca que assola 83% dos 167 municípios potiguares, além de sofrimento ao sertanejo, também tem causado mudanças no comportamento de animais. No município de Patu, na região Oeste do estado, a estiagem está mudando o comportamento de colônias inteiras de macacos prego. Em busca de água e comida, os animais estão descendo a Serra do Lima e invadindo a cidade. Levantamento realizado pela Secretaria de Meio Ambiente do município aponta para aproximadamente 1.500 símios na região. A Prefeitura está preocupada com a situação e o Ibama alerta: dar comida aos bichos pode causar desequilíbrio ambiental. O secretário de Comunicação de Patu, Bruno Campelo, afirmou que o Ibama recomendou que as pessoas não alimentem os animais. Ele disse que os macacos podem se acostumar e adotar o hábito. "Eu receio que eles continuem buscando alimento entre as pessoas mesmo quando a chuva retornar", acrescentou. Campelo informou ainda que a mudança de comportamento dos macacos prego ocorre desde que um incêndio, ocorrido em agosto passado, devastou a vegetação de palmeiras da espécie coco-catolé, principal alimento dos símios que habitam a Serra. Ainda segundo o secretário de comunicação, a queimada não ocorreu de forma natural, mas ainda não se descobriu o responsável por ter ateado fogo na vegetação. E, como não chove na região há meses, as plantas ainda não se regeneraram. A Secretaria de de Meio Ambiente de Patu fez um levantamento e identificou a existência de cinco colônias de macacos prego no território geográfico da Serra do Lima, o que daria, aproximadamente, 1.500 animais. Também já foram identificados os locais onde os macacos estão bebendo água diariamente, pois, de acordo com o estudo, ainda há reservatórios de água em cima da serra e a ida dos animais à cidade seria provocada apenas pela falta do coco-catolé. "Cada colônia de macacos agrupa entre 250 a 300 animais em territórios demarcados. Esta é uma das preocupações do Ibama. Além de acostumar os animais a conseguirem alimento de forma mais fácil, as pessoas que dão comida aos macacos podem promover o encontro destes símios pertencentes a colônias diferentes, ocasionando confrontos", relatou Campelo.

Fonte: Blog do Campelo

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